O Ministério da Saúde Espiritual adverte:

Seja o teu sim, sim e o teu não, não.
Porque os que não forem quentes nem frios serão vomitados.

terça-feira, 2 de março de 2010

Che e os Maricóns, 50 anos depois [BizRevolution]

Acabo de ler o artigo "Che e os Maricóns", direto do [BizRevolution], disponível em http://bit.ly/bRDZbr


De fato, a se aprender com Che Guevara temos "pouca coisa". Senão vejamos:

1. Até 1959, Cuba era uma ilha prostíbulo, onde americanos iam usufruir de uma licenciosidade moral de que não usufruíam em sua terra natal. Cuba jamais chegaria a qualquer outro estágio como nação nas mãos dos americanos. Quando muito, seria mais um território anexado, com cidadãos de terceira classe, de maioria esmagada (não esmagadora) negra. Lembremo-nos de como os negros eram tratados nos EUA, por exemplo, em 1968, nove anos depois da revolução, quando o Reverendo Martin Luther King pregou o seu magnífico "I have a dream". A Revolução Cubana foi o sonho mais impossível de ser alcançado, como se comprova hoje: era a escolha entre ser "pobre, miserável e dominado pelas potências militares mundiais" e ser "pobre e miserável com suas próprias forças", pois mesmo a vitória militar não se converteu em vitória geográfica: os EUA continuaram ali, a uma Miami de distância, além de determinar ao mundo o bloqueio econômico que TODOS sem exceção aceitaram de cabeça baixa, diante do poderio econômico e militar americano.

2. Até 1959, Cuba era uma fábrica de analfabetos em regime de semi-escravidão. A Revolução Cubana implantou um sistema educacional que rendeu a erradicação do analfabetismo, além de evoluções consideráveis no campo da medicina de doenças tropicais. O que Cuba alcançou em 50 anos, isolada, eternamente ameaçada por gigantes, convivendo com seus próprios erros - entenda-se que um grande revolucionário não é obrigatoriamente um excelente gestor - é de longe impressionante. O regime de Cuba fez valer o real custo de se ter liberdade: olha-se em volta e se tem muito pouco nas mãos para erguer um país, mas ainda assim eles se mantém. Chega a ser fácil imaginar o que seria daquele minúsculo país se não houvesse o bloqueio econômico imposto pelos EUA.Talvez até mesmo a aliança firmada com a extinta URSS não existiria ou não teria tanta força. É preciso reconhecer que a dicotomia de poder entre EUA e URSS teve importância cabal no desenrolar da história cubana. Ignorar isso compromete qualquer posicionamento e o torna débil. Mas quando se detem um poderio militar como o americano e o soviético, quem liga para argumentos débeis ou fortes? Fale baixo e carregue um grande porrete, diriam.

3. Guevara e Castro se lançaram a buscar uma alternativa para a infâmia representada pelo governo Batista, patrocinado pela mesma iniciativa privada americana que assassinou Kennedy. Poderiam ter baixado a cabeça, mas não o fizeram. Escolheram tentar até a morte. Venceram pela escolha que fizeram. Minúsculos, puseram os dominadores infames para correr e ficaram com uma nação falida para gerir - outros escolheriam nada fazer a não ser sentar no cais e lamentar-se até a morte. Várias de suas escolhas como governantes vitoriosos não foram as mais felizes. Dir-se-ia que se fosse dado a um cubano escolher entre um carro zero em Cuba ou uma velha balsa a caminho de Miami, a maioria escolheria a segunda opção. A maioria mesmo?

4. Em breve estaremos assistindo ao funeral de Fidel Castro. Che Guevara morreu assassinado durante outra empreitada libertadora na Bolívia. As camisetas e bonés com a efígie de Guevara permanecem como ícone daqueles que escolhem a própria sorte, ainda que seja uma liberdade de pobreza e disciplina espartana como opção de sobrevivência alternativa a uma dominação infame.

5. Como lição final: Na guerra não há assassinos, apenas oponentes. Bom mesmo é não precisarmos recorrer à guerra.

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