O Ministério da Saúde Espiritual adverte:

Seja o teu sim, sim e o teu não, não.
Porque os que não forem quentes nem frios serão vomitados.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Brasil está tão bem quanto se diz? Claro que sim, obrigado!

Em termos macroeconomicos, é fato que vivemos uma onda de prosperidade que se configura suficientemente longa para mudar definitivamente a cara desse país.

É certo, no entanto, que nem todos as profissões estão se beneficiando igualmente dessa onda de prosperidade. Algumas delas, importantíssimas cerca de uma década atrás, estão em franco encolhimento em função de avanços tecnológicos que simplesmente estão dizimando a necessidade por determinadas funções e serviços. Por isso temos tanta gente qualificada sem emprego - aqui e no mundo inteiro.

Na outra mão, temos petróleo sendo descoberto no Rio de Janeiro e em Sergipe, o suficiente para daqui a pouco termos algo equivalente a uma Dubai tropical por essas bandas, sem o inconveniente do deserto. Já vivemos o pico de demanda por obras e serviços em função das Olimpíadas e Copa da FIFA, que por sua vez já trouxeram de volta o megaevento Rock in Rio.

Esse é um bom momento para se estar no Brasil se o profissional é afeito a cimento, areia, ferro, solda e petróleo. Quem atende a essa população também se dá muito bem, pois esse povo precisa comer, dormir, vestir, estudar, se divertir, etc.

A decisão governamental - heterodoxa, por sinal - de fazer o dinheiro começar a circular de baixo para cima - do pobre para o rico, em vez de do rico para o rico, como sempre foi - parece ter trazido benefícios palpáveis para quem provê o consumo básico e seus indiretos, além de ter fortalecido o mercado interno, a ponto de termos sentido apenas uma "marolinha" na tsunami que foi a Crise Americana de 2008 - que se estende até hoje, por sinal.

O avanço da informática tem permitido ao governo ser mais zeloso quanto à arrecadação tributária e ele tem feito bom uso dessa facilidade, principalmente no cruzamento de informações dos contribuintes, o que está minando aos poucos, mas progressivamente, a secular informalidade típica da nossa economia.

Mas é bom que se entenda uma coisa: não nos tornamos o El Dorado. Nossas casas ainda são de tijolo e não tropeçamos em diamantes na rua, a menos que ele tenha caído das mãos de algum ladrão apavorado.

Se este quadro te anima, então prepare-se correndo, por que a tendencia é a fila crescer. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não escolher é a pior escolha, mas ainda é uma escolha

Aquele que afirma "não se envolver com política" já está envolvido nela até o último fio de cabelo - apenas escolheu se omitir e ser governado pelos que participam do debate.
Esses indivíduos são componentes importantes em qualquer cenário político - esses sim, são a verdadeira massa de manobra, porque deles emana o posicionamento leviano "contra/a favor".
Esses sim, precisam ser habilmente manobrados pelos pólos politizantes (isso soa como pleonasmo!), pois deles não emana a convicção política dos seguidores de A ou B, mas a mera opinião volátil, que precisa estar oportunamente polarizada no momento da escolha.
Esses sim, quando escolhem, o fazem por motivos fúteis e fugazes, que alimentam os equívocos históricos e as convulsões sociais que deles derivam. Pior: quando enfim eclode a convulsão social, enfiam-se assustados e acovardados em suas cavernas, esperando que a situação por si só se defina, para mais tarde se submeterem ao sobrevivente do embate.
E ainda se orgulham de sua convicção nada convicta. Quem afirma não se envolver com política é, acima de tudo, um mentiroso contumaz, pois a partir de sua posição omissa são deflagrados os conflitos sociais dos quais ele foge, como uma matriz que rejeita a própria cria. Não tem noção de que o distúrbio se agiganta a partir da omissão de muitos frente às conviccções de poucos, que passam a ter que gritar, em vez de falar, pois falam por si mesmos e por aqueles que se recusam a falar.
A omissão é o germe do radicalismo, assim como o radicalismo é o germe da omissão.
A covardia de muitos provoca a coragem de poucos - e nem sempre essa coragem deriva de motivos nobres. 
Do que gemem portanto, os omissos, ao verem a iniquidade germinando no fértil solo do seu silencio?
Colherá girassóis aquele que os semear.
Ao que não semeia, restam as urtigas, pois essas não demandam que alguém as semeie.
Não seja assim conosco.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Está aberta a temporada de Planejamento de Longo Prazo!

Está aberta a temporada de Planejamento de Longo Prazo:


1. Planejamento de longo prazo não é um bloco de mármore que deve ser carregado nas costas do planejador ao longo dos 5 ou 10 anos. Antes, é uma massa maleável que pode e deve ter seus contornos ajustados à medida que os fatores externos e internos assim o exigirem.

2. Assim sendo, o planejamento de longo prazo pode iniciar apontando para um alvo e terminar apontando para algo diametralmente oposto, sem que isso venha a causar engulhos nos planejadores ou AVCs nos sócios, pois tais mudanças certamente se deverão ao fato de que eles estiveram o tempo todo atentos às marolas e tsunamis do mercado e souberam ajustar as velas da embarcação.

3. Entretanto, ainda é preciso saber distinguir entre marolas e tsunamis.

Finalizando, creio que grande parte dos planejamentos de longo prazo vão a pique por duas razões básicas:
a) Rigidez do plano: grandes blocos de mármore costumam ser pesados e dificultam em caso de necessidade de rápidas manobras.
b) Incapacidade, ainda que momentanea, de distinguir entre uma tsunami e uma marola: muito investimento e esforço para surfar numa marola deixa a empresa com um mico nas mãos; pouco ou nenhum investimento para surfar numa tsunami mantém a empresa com os pés no fundo enquanto a onda se forma sobre a sua cabeça - o final já podemos prever: geralmente quando se recobra os sentidos, verifica-se que está a quilometros da praia e nem sempre dá para voltar.
c) União nefasta entre rigidez e incapacidade de distinguir entre uma marola e uma tsunami: o caminho mais rápido para a porta de saída do mercado.

Abraços!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

HSM publica: Já ouviu falar em Humanidade 5.0? Ela é a terceira onda do capitalismo!

Vivemos na terceira onda do capitalismo? O que a internet tem a ver com isso? Como você pode mudar? Descubra aqui.

Magnata e Professor – A terceira onda
O magnata e ex-professor da Harvard Business School John Sviokla, defensor de tecnologias disruptivas, open innovation, reputação corporativa, reputação online, escreveu lúcido artigo  ”A mídia social, representa a transformação do capitalismo como nós o conhecemos”. Para ele, os pilares do capitalismo são a absorção coletiva do risco e a capacidade de se auto-organizar. E descreve a terceira onda do capitalismo.
Primeira onda do capitalismo – Criar novos empreendimentos no novo continente - a América.
Segunda onda do capitalismo – Empreendedores individuais como Henry Ford, Louis Chevrolet (GM), Alexander Graham Bell (At&T), Dupont, e recentemente Bill Hewlett e David Packard (HP) e suas inovações individuais, ferrovia e telégrafo. (Demanda e gestão)
Terceira onda do capitalismo – Era digital – Transporte de dados, infraestrutura global, sabedoria das multidões, inovação disruptiva e coletiva, consumo coletivo, a absorção coletiva de risco, o financiamento coletivo… – “Um excelente exemplo é o YouTube, fundado por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, todos ex-alunos do PayPal (outra empresa da terceira onda). Veja mais detalhes aqui.
Combina com o que eu tenho dito em palestras há 10 anos – Passamos pela Humanidade 1.0 – Agrícola, Humanidade 2.0 Industrial, a Humanidade 3.0 Tecnológica, a Humanidade 4.0 Cyber-espiritual e hoje vivemos o mix de todas as humanidades na 5.0 - a Democracia das redes sociais.
Como chegamos até aqui

Houve uma vez dois filósofos e políticos alemães – Marx e  Engels – que tiveram que abandonar a Alemanha á força.  Souberam perscrutar o futuro e escreveram o “Manifesto Comunista”, profetizaram a economia criativa e solidária, em um mundo igualitário e fraternal!

Há 161 anos, Marx, Engels e seus amigos falavam da criação da ”liga dos Justos”, da sociedade Democrática para a união de todos os Povos, do Idioma Universal, de uma sociedade nova, de sentimentos fraternais, de que todos os homens são irmãos, de um congresso democrático global, de todas as nações  triunfar,  da fraternidade universal, da liberdade do comércio, da cidade de vanguarda, das garantias da harmonia e da liberdade, dos armazéns de trabalho, da filosofia da miséria“ e da miséria da filosofia, da indiferença política, da liberdade religiosa, da liberdade de consciência e da consciência social.

Confesse, não parece a nova web? Eram utopistas? Somos utopistas? Outro mundo é possível? Seres humanos de todos os países, uni-vos! E como se tivessem acabado de sair de uma inteligente discussão de uma rede social, marcam a história com:
”Tudo o que era sólido e estável evapora-se, as criações intelectuais de uma nação tornam-se propriedade comum de todas e nascerá uma literatura universal.

Confesse, eles não parecem que estão “Tweetando” hoje, agora?

Milhares de empresas já entenderam
Pepsi foi a primeira grande empresa: “Em vez de gastar US$ 20 milhões em anúncios da Super Bowl em 2010, a PepsiCo Inc. lançou o Pepsi Refresh Project, um site de mídia social que está distribuindo 20 milhões de dólares em doações para projetos sociais – projetos apresentados e votados pelo público.” escreveu a Searchcio.com
Segundo os passos das concorrentes a Coca Cola, lançou o Positively.com Live com conceitos dos novos P’s (Planeta, Pessoas, Produtos e Profit)
No Brasil temos vários exemplos – O “A Gente Transforma – Parque Santo Antônio com Suvinil ao Vivo” é um projeto colaborativo que faz uso das cores para despertar a criatividade e realizar mudanças dentro de uma comunidade, elevando sua auto-estima e colocando o poder de transformação nas mãos dos moradores. Concepção do inventivo Marcelo Rosenbaum, o AGT propõe a mudança por meio da inclusão social, da arte, da educação, da inclusão digital e da transformação do espaço.
Revista Trip deste mês terá um caderno especial todo colaborativo. Os internautas colaboravam com temas como:
1. Desenhe um objeto que ainda não foi inventado, mas você quer que exista daqui a dez anos.
2. Escreva uma carta para o futuro.
3. Como vai estar a sua cidade daqui a 10 anos?
4. Faça uma foto do que você não quer que exista mais daqui a 10 anos.
5. Fotografe algo que para você representa 2020.
São pessoas com empresas, pensando no Amor em Ação, na terceira onda do capitalismo e na urgência de mudança. Não entendeu? continue lendo …
Coloque neste caldeirão o mundo hoje

Na outra face do paralelo de inovação da humanidade, escreveu Jacques Attali, no excelente livro “Uma breve história do futuro” – “Pouco importa quem inventa uma tecnologia, o importante é estar em condições cultural e politicamente de pô-la em prática”.

 “Hoje se decide como será o mundo em 2050 e se prepara como ele será em 2100. Dependemos de como agirmos, nossos filhos e netos herdarão um mundo onde será possível viver ou enfrentarão um inferno. Para deixar-lhes um planeta habitável (e um país justo), é preciso nos darmos o trabalho de pensar no futuro, de compreender de onde ele vem e como agir sobre ele.” Jacques Attali.

Coloque no caldeirão os objetivos de desenvolvimento do Milênio da ONU: Amor em ação

A best-seller Marianne Williamson, em artigo de vanguarda para o Huffington Post - escalou toda a humanidade para Despertar para o ativismo global e a força moral: “Ouço muita gente dizer que nós temos que acordar as pessoas … convencê-las da urgência deste momento …fazê-las perceber que o planeta está caminhando para o caos! Mas eu não vejo isso dessa forma. Colocar a força da economia a frente de princípios humanos, morais e humanitários, ou seja, colocar a sobrevivência da raça humana em risco.  Nosso trabalho é transformar o vetor de probabilidades em vetores de possibilidades. Em outras palavras, temos de virar o barco.
Não devemos ser infantilizados, não devemos estar fingindo que não sabemos o que está acontecendo, não devemos estar cedendo às tentações diversas e onipresente para anestesiar a nós mesmos. Muito pelo contrário, devemos tomar a roda da civilização humana e dizendo para quem quiser ouvir: “estamos virando o barco, e nós estamos virando isto AGORA.”
E citou o desenvolvimento do Milênio, um conjunto de oito pontos, assinado em por todos os 189 membros da Organização das Nações Unidas no ano 2000.
1) reduzir a pobreza extrema e a fome pela metade
2) Atingir o ensino básico universal
3) Promover a Igualdade de Gênero e Empoderamento da Mulher
4) Reduzir a mortalidade infantil em dois terços
5) Diminuir a mortalidade materna em três quartos
6) Deter e reverter a propagação do HIV/SIDA, Malária, Tuberculose e outras doenças
7) Garantir a Sustentabilidade ambiental
8)  Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento
Coloque no caldeirão - A Grande superpotência do século passado! 

O Presidente dos EUA, Barack Obama escreveu em um artigo: 

“Temos de continuar limpando os destroços desta recessão, mas este é o momento de reconstruir algo melhor no lugar. Mesmo quando salvamos a economia de uma crise total, eu insisto que é preciso reconstruí-la melhor do que antes. Porque, se não aproveitarmos este momento para enfrentar as fragilidades que vêm assolando a nossa economia há décadas, estaremos relegados, nós e nossos filhos, a crises futuras, um crescimento lento, ou ambos. Criar os empregos do futuro dentro das nossas fronteiras, dar aos nossos trabalhadores a competência e o treinamento que precisam para competir por esses empregos. 

Começamos a debater como dar aos nossos trabalhadores as qualificações que precisam para competir por esses empregos do futuro. Numa economia em que aqueles empregos que exigem no mínimo um bacharelado de dois anos vão crescer duas vezes mais rápido do que os que não exigem nenhum curso superior, nunca foi tão importante continuar os estudos e a especialização depois da escola secundária. É por isso que estabelecemos a meta de nos tornarmos líderes mundiais em número de graduados universitários em 2020.”

Ele enxergou a terceira onda do capitalismo.

Não esqueça de colocar no caldeirão - A Grande força religiosa dos últimos séculos! 

Em paralelo, O Papa Bento XVI, publicou “A nova enciclica do amor”, na Analise de José de Sousa Martins, Professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP. A encíclica é um acerto de contas com as irracionalidades da economia e também com as iniquidades sociais e políticas. Não é um documento de acusações. Porém mostra à posição da Igreja em face das misérias e injustiças da atualidade, como a fome, a má distribuição dos benefícios do progresso econômico e técnico, o aniquilamento do meio ambiente, a falta de reforma agrária.  Incentivando mudar a sociedade em que o outro é objeto para que o outro se torne o objetivo.  

Citou o famoso texto de Karl Marx, como o grande desafio do mundo atual e o grande desafio da Igreja na sua missão de propor o reconhecimento do desenvolvimento como vocação. Portanto, como movimento cuja justiça e cuja verdade se fundam na transcendência do amor.

E no final nós - O grande coração do mundo o Brasil! 

Vamos nos questionar:

1 - O Brasil tem condições de navegar na era do terceiro capitalismo na economia criativa?
2 - Estamos criando uma classe criativa? 

3 - Somos um país de inovadores, criadores, financistas, empreendedores e de intelectuais? 

4 - Nossos líderes compreendem as mudanças necessárias para preparar o Brasil para o futuro?

Acredite! A mudança será feita por você, você e você! Você que empreende, você que iniciou sua carreira profissional, você estudante que acredita no País, você funcionário público que lê este artigo, e sim acredita que seu trabalho enobrece o país. A você ético e que tem regojizo contra a corrupção! Nós somos maiores e melhores que políticos corruptos.

E seja como os grandes pensadores - “Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir” Engels homenageando Marx em seu funeral! 
 
“Mas temos de decidir agora …não depois. Não há mais tempo a perder.
Então o que você pode fazer?”
Você pode “Tweetar”, blogar, Facebookar, revolucionar e mudar! Nesta era digital “Você é o que você compartilha”?

Então, não use velhos mapas, para descobrir novas terras! Boa viagem.

Gil Giardelli (Ceo da Gaia Creative, onde implementa ações de redes sociais e web colaborativa para empresas como BMW, Hospital Einstein, Mini Cooper, Grupo Cruzeiro do Sul entre outras. Professor de MBA e Pós graduação da ESPM – São Paulo e Brasília)

HSM Online
15/10/2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Por que Dilma13 e Serra45 não tem programa de governo?

Amigos: Não nos iludamos. Os candidatos não tem programa de governo porque o quadro atual não oferece opções - é algo semelhante a um longo corredor, onde não há atalhos pela direita ou pela esquerda, sob risco de gravíssimo desastre nacional.

Por isso os 8 anos de FHC foram continuados nos 8 anos de Lula e serão continuados pelo sucessor de Lula. A diferença entre um e outro estão nas competencias de um ou outro membro da equipe que tem que tocar o projeto, que é muito maior que seus mandatos. Se um governo realizou a etapa #1, o governo seguinte realizou a etapa #2 e o sucessor realizará a etapa #3 e assim por diante, cada um dentro da competencia dos membros de suas equipes - mas a tarefa será aquela, sem alternativa.

Por isso acho ridículo Dilma13 vir à televisão criticar FHC por não ter investido no pré-sal - como, se antes era necessário gerar insumos para que isso acontecesse?

Por isso acho ridículo Lula trazer para si a medalha da "descoberta" das jazidas que todo mundo já sabia que estavam lá e já por décadas trabalhavam duro para conquistar a tecnologia que permitirá a riqueza do Brasil nesse segmento. Isso tudo não aconteceu em 8 anos, nem em 16 anos, mas muito lá atrás, com a decisão de seguir por este caminho.

Por isso acho ridícula a campanha anemica que Serra45 vem fazendo, como se tivesse MEDO de ganhar a eleição! Ele mais que ninguém sabe que a ele caberá o próximo capítulo desse projeto nacional, que nos levará à mesa das potencias mundiais. Será que ele se acha pequeno demais para o que o aguarda? Melhor assim, do que entregar este país nas mãos de aventureiros plenos de audácia, mas desprovidos de civilidade.

Lula foi eleito pelo povo através do mesmo sentimento que levou Marina43 ao desempenho alcançado nessas eleições - o sentimento de que aqueles que estavam no poder estavam por demais inchados e locupletados por suas negociatas e malversações. Ele também era desprovido de experiencias anteriores, diplomas, idiomas, etc., mas como não lhe restava outra alternativa, simplesmente prosseguiu caminhando em frente pelo longo túnel iniciado MUITO ANTES de FHC, ainda que ele e alguns de seus mais próximos tenham tentado "cavar" o túnel em busca de atalhos que lhes trouxessem vantagens pessoais.

Não nos enganemos: Os bastidores das campanhas de Dilma13 e Serra45 tem aqueles mesmos velhos demonios que já conhecemos. A diferença é que em Serra45 há um grau de autonomia que pode impedir as ações mais insidiosas dos demonios tucanos. Arthur Virgílio já foi mandado para casa pelas urnas. O mesmo se deu com Zé Aleluia. E Dilma13 é devota dos demonios petralhas, que não dependem de mandato para realizarem seus sortilégios, portanto seguirá tudo que seus mestres lhe mandarem, como toda boa "companheira discípula" de partido.

Os próximos 4 anos serão, no mínimo, interessantes, historicamente falando. Podem anotar o que disse.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Surge a Terceira Força Política no Brasil - 2014 à vista

Marina Silva surge como a terceira força no cenário político brasileiro. 


As outras duas forças, quer queiramos reconhece-las ou não, são o governo, representado pela aliança PT-PMDB e a bisonha oposição composta pela aliança PSDB-DEM.


O surgimento de uma terceira força relevante geralmente ocorre quando nem situação, nem oposição oferecem alternativas viáveis de continuidade ao progresso da nação. Esse sentimento decorre, em geral, de uma saturação de corrupção em ambas as frentes políticas.


As urnas deram muito bem o tom dessa saturação: os maiores porta-vozes da oposição, Arthur Virgílio, José Carlos Aleluia entre outros, foram simplesmente limados nessa eleição. Apoiadores duvidosos do governo, como o funesto Fernando Collor, também foram relegados ao esquecimento.


Afirmo que a melhor opção será Marina permanecer neutra e deixar que as outras duas forças se desgastem nesse segundo turno - muita coisa ainda há de ser denunciada nos dois lados -, ajudando-nos a expurgar alguma sujeira da montanha. Marina deve trabalhar os próximos 4 anos para construir uma candidatura invencível em 2014, pois ela há de enfrentar o próprio Lula.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Livros de Papel: Futuro Menos Incerto do Que se Pensa

Em 1992, quando chegaram ao mercado os primeiros software multimídia verdadeiramente funcionais para PCs com MS-Windows, alguns pseudoprofetas vaticinaram o fim do livro de papel. Para eles, a partir daquele tempo, toda a mídia impressa migraria para o formato CD-ROM em um ou dois anos, afinal um CD-ROM conseguia armazenar o equivalente a um metro cúbico de papel, ocupava bem menos espaço, era até ecológico em função da economia de papel, blá, blá, blá…
Lembro-me que muitas publicações impressas migraram parcial ou totalmente para o formato CD-ROM: Num saco plástico lacrado, vinha o CD-ROM com o conteúdo da revista, protegido por uma folha de papelão envolta num encarte à guisa de capa de revista. Quando olhei para aquele espasmo tecnológico todo, perguntei para mim mesmo: será que as pessoas vão ler isso em frente a um terminal de vídeo de 15 polegadas? Foi então que comecei a duvidar do fim do livro de papel.
Nesse mesmo ano, apresentei um projeto final para a cadeira de Marketing na universidade, sobre um modelo de transição para o mercado editorial – livrarias, bancas de jornais, etc. – que chamei à época de “Shopping Multimídia”. Eu propunha no projeto que as livrarias tradicionais se abrissem para a venda de LPs, CDs, VHS, software, acessórios de PCs, papelaria e de quebra tivessem um café, onde as pessoas pudessem se sentar e ler os livros (de papel).
O professor gostou da ideia e recomendou que eu reduzisse o calhamaço do projeto para uma monografia de no máximo 50 páginas e a inscrevesse num concurso de monografias sobre o varejo, promovido pela Confederação Nacional de Diretores Lojistas (CNDL). Aquela foi a minha primeira monografia – e talvez a mais significativa, pois me valeu como premio uma bolsa de estudos para pós-graduação, que em homenagem ao professor Fernando não poderia ser outra que não em Marketing, na PUC-RJ, que cursei com uma voracidade talvez nunca antes experimentada na minha vida.
Exatamente tres anos depois, a Livraria Saraiva implementava o modelo ali proposto, hoje conhecido como Megastore, em duas lojas, em Shopping Centers paulistanos, que rapidamente se tornaram as suas principais receitas de varejo. Dali para outras lojas em outras localidades foi um pulo, com um pequeno detalhe: os livros de papel continuam lá, estrelas do mix de produtos das megastores, bravamente convivendo com todas as novidades tecnológicas que vem e vão, obsoletas apenas seis meses depois de seu lançamento no mercado.
E os livros lá, impávidos colossos, imutáveis e no entanto sempre surpreendentes. Eu, que gosto de imitar Ruy Barbosa em seu hábito de fazer anotações nas margens das páginas dos livros, não consigo me imaginar fazendo isso na tela de um iPAD ou um Kindle.

O que voce tem feito para que Dilma não seja a próxima presidente?

O que voce tem feito para que Dilma não seja a próxima presidente?

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sobre o Voto Obrigatório

A obrigatoriedade do voto é a principal causa da falta de peso atribuída pela lei eleitoral aos votos brancos e nulos. Todos os cidadãos enquadrados nos critérios da lei são forçados a votar. Logo, os legisladores não podem se expor a uma situação em que um espasmo de descontentamento popular provoque um tsunami de votos inválidos que inviabilize um processo eleitoral onde foram investidos milhões de reais. 


Sendo assim, é mantida a obrigatoriedade geral para os eleitores, mas torna-se inócuo optar por não escolher ninguém. 


Muito conveniente, não acham? Com a obrigatoriedade do voto, vários candidatos que não receberiam voto algum, acabam mesmo sendo eleitos, pois "já que tenho que votar mesmo, vou votar no candidato indicado pelo compadre, que vai votar no candidato que o outro compadre dele indicou". O voto obrigatório acaba por disseminar um subproduto terrível, que é o voto leviano, o votar por votar, o votar no candidato bonitinho, no candidato engraçadinho, no candidato ridículo e por aí vai.

Sou favorável à adoção de um conjunto de medidas que transformariam o panorama político desse país. São elas:

  1. Voto Não-obrigatório: Vota quem quer, em quem quiser. E quem quiser ser eleito terá de ser realmente convincente para fazer o cidadão sair de casa para depositar sua confiança nele. E mais: o percentual de votos válidos estabeleceria o tamanho da legitimidade de um mandato. Governos eleitos com baixo percentual de responsividade nas urnas teria que rebolar para se manter até o final do mandato, pois teria uma multidão de fiscais, pronta para votar uma moção de desconfiança e provocar novas eleições para substitui-lo. 
  2. Fim da Imunidade Parlamentar: Esta funcionalidade teve seu justo uso nos anos imediatamente seguintes ao regime de exceção que foi a Ditadura Militar. Hoje, serve apenas de refúgio legal para a pior espécie de bandido, que mata milhares com uma canetada ou um simples apertar de botão no painel de votação do Congresso, assembléias legislativas e camaras de vereadores. Bandido não pode ocupar assento em nenhum posto dos tres poderes. Errou? Perde o mandato e vai a julgamento. Condenado? Torna-se inelegível e vai para a cadeia. Simples assim, como qualquer outro cidadão. 
  3. Ficha Limpa Ampla: Legislador não pode ter ficha suja no SPC-Serasa, não pode emitir cheque sem fundo, dever pensão alimentícia, enfim, deve ter uma ficha limpa. O Legislativo não é marquise onde bandido se abriga das tempestades da Justiça. Quem não tiver ficha limpa não pode sequer se candidatar, que dirá se eleger. 
Fico só nessas tres medidas por enquanto, pois acho que já trariam uma transformação enorme nos quadros eleitorais desse país.

Sobre o Voto Obrigatório

A obrigatoriedade do voto é a principal causa da falta de peso atribuída pela lei eleitoral aos votos brancos e nulos. Todos os cidadãos enquadrados nos critérios da lei são forçados a votar. Logo, os legisladores não podem se expor a uma situação em que um espasmo de descontentamento popular provoque um tsunami de votos inválidos que inviabilize um processo eleitoral onde foram investidos milhões de reais. 
Sendo assim, é mantida a obrigatoriedade geral para os eleitores, mas torna-se inócuo optar por não escolher ninguém. 
Muito conveniente, não acham? Com a obrigatoriedade do voto, vários candidatos que não receberiam voto algum, acabam mesmo sendo eleitos, pois "já que tenho que votar mesmo, vou votar no candidato indicado pelo compadre, que vai votar no candidato que o outro compadre dele indicou". O voto obrigatório acaba por disseminar um subproduto terrível, que é o voto leviano, o votar por votar, o votar no candidato bonitinho, no candidato engraçadinho, no candidato ridículo e por aí vai.
Sou favorável à adoção de um conjunto de medidas que transformariam o panorama político desse país. São elas:

  1. Voto Não-obrigatório: Vota quem quer, em quem quiser. E quem quiser ser eleito terá de ser realmente convincente para fazer o cidadão sair de casa para depositar sua confiança nele. E mais: o percentual de votos válidos estabeleceria o tamanho da legitimidade de um mandato. Governos eleitos com baixo percentual de responsividade nas urnas teriam que rebolar para se manter até o final do mandato, pois teria uma multidão de fiscais, pronta para votar uma moção de desconfiança e provocar novas eleições para substitui-lo. 
  2. Fim da Imunidade Parlamentar: Esta funcionalidade teve seu justo uso nos anos imediatamente seguintes ao regime de exceção que foi a Ditadura Militar. Hoje, serve apenas de refúgio legal para a pior espécie de bandido, que mata milhares com uma canetada ou um simples apertar de botão no painel de votação do Congresso, assembléias legislativas e camaras de vereadores. Bandido não pode ocupar assento em nenhum posto dos tres poderes. Errou? Perde o mandato e vai a julgamento. Condenado? Torna-se inelegível e vai para a cadeia. Simples assim, como qualquer outro cidadão. 
  3. Ficha Limpa Ampla. Legislador não pode ter ficha suja no SPC-Serasa, não pode emitir cheque sem fundo, dever pensão alimentícia, enfim, deve ter uma ficha limpa. O Legislativo não é marquise onde bandido se abriga das tempestades da Justiça. Quem não tiver ficha limpa não pode sequer se candidatar, que dirá se eleger. 
Fico só nessas tres medidas por enquanto, pois acho que já trariam uma transformação enorme nos quadros eleitorais desse país.

sábado, 11 de setembro de 2010

A Cor do Seu Voto

Em termos estatísticos, cada voto em branco e nulo apenas contribui para que sejam necessários MENOS votos válidos (menor esforço) para que se eleja a mesma corja de sempre, pois apenas os votos válidos são computados. Se metade da população, por exemplo, anular seu voto, a metade válida dos votos será suficiente para eleger os candidatos majoritários, que serão majoritários com bem menos votos do que precisariam se todos votassem válido.

Não existe bala de prata para o processo eleitoral brasileiro conforme é hoje. Está claro que não temos algo no Brasil de hoje como uma predisposição nacional para anular todos os votos. Temos tres candidatos à presidencia que tem multidões de adeptos. Os demais apenas aguardam a contagem final para negociar as suas miçangas no butim eleitoral, seja um ministeriozinho, uma secretariazinha ou mesmo uma assessoriazinha.

Quem vota em branco ou nulo não atrapalha em nada o processo eleitoral, pois que abdica de participar da escolha dos legisladores e dos líderes do Executivo. Quem vota em branco ou nulo ajuda a evidenciar as cores do embate eleitoral, pois apenas forma o pano de fundo branco para que prevaleçam o vermelho, ou o azul e amarelo, ou o vermelho, preto e branco, ou o vermelho e amarelo dos partidos que elegerão seus candidatos.

O que ainda não ficou claro para a quase totalidade da população educada desse país é que o processo eleitoral não começa com o horário eleitoral gratuito no rádio e ne TV. ele inicia na formação dos partidos políticos, nas afiliações de cidadãos comuns, que participam dos debates e da escolha dos pré-candidatos. 



Estamos todos tão ocupados com nossos empregos e empresas, que esquecemos (na esmagadora maioria) desse detalhe: os governos são formados por candidatos eleitos sob a legenda de partidos políticos, cujos candidatos recebem patrocínios grandes e pequenos de grandes e pequenas empresas, que bancam suas candidaturas para que eles defendam os interesses de seus patrocinadores em seus mandatos.

Enquanto não acordarmos em escala nacional para esse detalhe, envelheceremos e morreremos desgostosos, por ver o candidato do tráfico ser eleito, o candidato dos latifundiários ser eleito, o candidato dos banqueiros ser eleito.

O processo todo é mais longo do que se pensa.

Precisamos abandonar o nosso comodismo imediatista e parar de nos enganar com soluções que nada solucionam, como é o caso dos votos em branco ou nulo, que só alimentam frustrações, úlceras, infartos e AVCs ao longo de nossas vidas.

Precisamos tomar em nossas mãos o processo de eleger o candidato da Educação, o candidato da Segurança, o candidato da Saúde, o candidato do Pleno Emprego. Para que isso aconteça, é preciso e mandatório ANTES desalojar a corja que comanda os partidos políticos prostitutos, que cercam os partidos assim ditos idealistas (de qualquer ideologia) e não será abdicando do voto que o conseguiremos.

Antes que perguntem: sou a favor do voto não-obrigatório, do fim da imunidade parlamentar e da sindicancia da vida prévia dos candidatos a cargos eletivos.

Abraços,

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Branding - não mais à mercê da irracionalidade

À medida que lia o artigo a seguir, percebi o porque do sucesso das igrejas monetaristas e mamonistas.
Talvez voce chegue à mesma concusão que eu - ou não, como diria o profeta Caetano.
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Cobertura Fórum HSM de Estratégia
Lindstrom: Branding - não mais à mercê da irracionalidade
Martin Lindstrom, o criador da Buyology, trouxe conceitos da neurociência que podem transformar o branding conforme o conhecemos e revelou as tendências que mais marcarão a comunicação de marketing nos próximos anos.
“O Brasil é fantástico, todos conhecem o País no mundo todo, mas tem um problema: não há muitas marcas brasileiras no mundo. É quase como se o Brasil não quisesse ser internacional. Quero contar segredos sobre como construímos marcas.” Assim Martin Lindstrom deu início à sua palestra no segundo dia do Fórum HSM de Estratégia. Com muitos exemplos, o especialista em branding derrubou velhos mitos e deu valiosos conselhos.
Lindstrom vem surpreendendo anunciantes com sua Buyology, o estudo que leva em conta a neurociência para aprofundar nosso conhecimento sobre as decisões de compra do consumidor, em grande parte baseada em conteúdos inconscientes. Ele afirmou que 85% do que fazemos acontece em partes do nosso cérebro que não vêm à consciência. E é por isso que muitas pesquisas de mercado são insuficientes. “As pessoas dizem uma coisa, mas fazem outra totalmente diferente”, afirmou. “O problema na construção de marcas é que o consumidor pensa que é profundamente racional.”
Não fossem motivações inconscientes, o número de acidentes de trânsito nas sextas-feiras 13 não aumentaria em 51% na Inglaterra, nem em 32% na Alemanha, uma nação tão reconhecida por sua racionalidade.
Um exemplo de sucesso de vendas que faz uso de reações inconscientes, o game do pingüim, um dos jogos mais populares. O jogo é gratuito e a criança vai ganhando muitos pontos. Quando atinge uma determinada marca, ela tem direito a comprar alguma coisa. No entanto, é preciso ser membro do clube para poder comprar. E a filiação custa US$ 5. A mãe, diante dos apelos da criança, do caminho que foi percorrido para conquistar a pontuação, sente-se culpada e cede.
Emoções negativas estimulam consumo
Segundo Lindstrom, as emoções ditas “negativas”, como o medo e a culpa, serão cada vez mais exploradas pelos anunciantes para vender, porque são reflexos do momento pelo qual passamos.
“O medo é a próxima arma do branding”, disse, taxativo. Nos Estados Unidos no ano passado, as vendas de armas aumentaram 19%, as de alarmes para residências aumentaram 21% e, de camisinhas, 22%. A explicação? “Inconscientemente, estamos tentando nos proteger do ambiente. E o medo é importante, porque quanto mais você o sente, mais alerta estará.”
Surpreendentemente, a marca que mais cresce nos Estados Unidos é a do gel antisséptico Purell. Alcançou 156% de crescimento em 2009. Suas mensagens aos consumidores ativam o medo. Por exemplo, informa que são necessários apenas 15 segundos para pegar um vírus mortal. E também pergunta: “Você ousa deixar seu filho sair de casa sem Purell?”. Além disso, faz campanhas para as pessoas se sentirem mais seguras, usando a “sala de controle instantâneo do vírus”.
“A culpa é o novo vírus global. Mães se sentem culpadas por não terem tempo. Gordos se sentem culpados por não emagrecerem. Usuários de produtos de luxo se sentem culpados. Somente as crianças não sofrem culpa”, comenta o palestrante. Não é à toa que as vendas de brinquedos Lego aumentaram 22% em 2009.
Lindstrom contou que foi feito um experimento com uma mulher que consumia produtos da marca Louis Vuitton, que dizia que adorava a marca devido à qualidade e ao design. Seu cérebro foi submetido ao exame de ressonância magnética funcional quando em contato com a marca. “Percebemos que a área ativada no cérebro pela marca Louis Vuitton naquela pessoa era a mesma que se ativa quando alguém se sente superior aos outros.” A história de vida daquela mulher explicava: aos 16 anos, era rejeitada pelos amigos; aos 26, conseguiu um emprego, enquanto os colegas não conseguiram. Ganhou uma bolsa da marca como recompensa por ser “superior”. Uma motivação que jamais seria revelada conscientemente. Para essa mulher, a bolsa Louis Vuitton era um símbolo poderoso.
Outra constatação interessante é protagonizada por Coca-Cola e Pepsi. Ainda que o sabor Pepsi seja preferido em testes cegos, a Coca-Cola é campeã em vendas. Durante experimentos, as pessoas chegam a mudar de ideia quando reconhecem a marca Coca-Cola. Dizem: “Desculpe, me enganei, eu prefiro é a Coca”.
Essa reação à marca deu a Lindstrom a noção de por que nove entre dez lançamentos de produtos fracassam. “No Japão, são 9,8 entre dez produtos, ainda que, lá, os consumidores assistam às propagandas por oito anos e não seis anos, como em outros países”, observou o palestrante, apontando para a necessidade de mudanças no branding.
HSM Online
25/08/2010

Branding - não mais à mercê da irracionalidade

À medida que lia o artigo a seguir, percebi o porque do sucesso das igrejas monetaristas e mamonistas.
Talvez voce chegue à mesma concusão que eu - ou não, como diria o profeta Caetano.
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Cobertura Fórum HSM de Estratégia
Lindstrom: Branding - não mais à mercê da irracionalidade
Martin Lindstrom, o criador da Buyology, trouxe conceitos da neurociência que podem transformar o branding conforme o conhecemos e revelou as tendências que mais marcarão a comunicação de marketing nos próximos anos.
“O Brasil é fantástico, todos conhecem o País no mundo todo, mas tem um problema: não há muitas marcas brasileiras no mundo. É quase como se o Brasil não quisesse ser internacional. Quero contar segredos sobre como construímos marcas.” Assim Martin Lindstrom deu início à sua palestra no segundo dia do Fórum HSM de Estratégia. Com muitos exemplos, o especialista em branding derrubou velhos mitos e deu valiosos conselhos.
Lindstrom vem surpreendendo anunciantes com sua Buyology, o estudo que leva em conta a neurociência para aprofundar nosso conhecimento sobre as decisões de compra do consumidor, em grande parte baseada em conteúdos inconscientes. Ele afirmou que 85% do que fazemos acontece em partes do nosso cérebro que não vêm à consciência. E é por isso que muitas pesquisas de mercado são insuficientes. “As pessoas dizem uma coisa, mas fazem outra totalmente diferente”, afirmou. “O problema na construção de marcas é que o consumidor pensa que é profundamente racional.”
Não fossem motivações inconscientes, o número de acidentes de trânsito nas sextas-feiras 13 não aumentaria em 51% na Inglaterra, nem em 32% na Alemanha, uma nação tão reconhecida por sua racionalidade.
Um exemplo de sucesso de vendas que faz uso de reações inconscientes, o game do pingüim, um dos jogos mais populares. O jogo é gratuito e a criança vai ganhando muitos pontos. Quando atinge uma determinada marca, ela tem direito a comprar alguma coisa. No entanto, é preciso ser membro do clube para poder comprar. E a filiação custa US$ 5. A mãe, diante dos apelos da criança, do caminho que foi percorrido para conquistar a pontuação, sente-se culpada e cede.
Emoções negativas estimulam consumo
Segundo Lindstrom, as emoções ditas “negativas”, como o medo e a culpa, serão cada vez mais exploradas pelos anunciantes para vender, porque são reflexos do momento pelo qual passamos.
“O medo é a próxima arma do branding”, disse, taxativo. Nos Estados Unidos no ano passado, as vendas de armas aumentaram 19%, as de alarmes para residências aumentaram 21% e, de camisinhas, 22%. A explicação? “Inconscientemente, estamos tentando nos proteger do ambiente. E o medo é importante, porque quanto mais você o sente, mais alerta estará.”
Surpreendentemente, a marca que mais cresce nos Estados Unidos é a do gel antisséptico Purell. Alcançou 156% de crescimento em 2009. Suas mensagens aos consumidores ativam o medo. Por exemplo, informa que são necessários apenas 15 segundos para pegar um vírus mortal. E também pergunta: “Você ousa deixar seu filho sair de casa sem Purell?”. Além disso, faz campanhas para as pessoas se sentirem mais seguras, usando a “sala de controle instantâneo do vírus”.
“A culpa é o novo vírus global. Mães se sentem culpadas por não terem tempo. Gordos se sentem culpados por não emagrecerem. Usuários de produtos de luxo se sentem culpados. Somente as crianças não sofrem culpa”, comenta o palestrante. Não é à toa que as vendas de brinquedos Lego aumentaram 22% em 2009.
Lindstrom contou que foi feito um experimento com uma mulher que consumia produtos da marca Louis Vuitton, que dizia que adorava a marca devido à qualidade e ao design. Seu cérebro foi submetido ao exame de ressonância magnética funcional quando em contato com a marca. “Percebemos que a área ativada no cérebro pela marca Louis Vuitton naquela pessoa era a mesma que se ativa quando alguém se sente superior aos outros.” A história de vida daquela mulher explicava: aos 16 anos, era rejeitada pelos amigos; aos 26, conseguiu um emprego, enquanto os colegas não conseguiram. Ganhou uma bolsa da marca como recompensa por ser “superior”. Uma motivação que jamais seria revelada conscientemente. Para essa mulher, a bolsa Louis Vuitton era um símbolo poderoso.
Outra constatação interessante é protagonizada por Coca-Cola e Pepsi. Ainda que o sabor Pepsi seja preferido em testes cegos, a Coca-Cola é campeã em vendas. Durante experimentos, as pessoas chegam a mudar de ideia quando reconhecem a marca Coca-Cola. Dizem: “Desculpe, me enganei, eu prefiro é a Coca”.
Essa reação à marca deu a Lindstrom a noção de por que nove entre dez lançamentos de produtos fracassam. “No Japão, são 9,8 entre dez produtos, ainda que, lá, os consumidores assistam às propagandas por oito anos e não seis anos, como em outros países”, observou o palestrante, apontando para a necessidade de mudanças no branding.
HSM Online
25/08/2010