O Ministério da Saúde Espiritual adverte:

Seja o teu sim, sim e o teu não, não.
Porque os que não forem quentes nem frios serão vomitados.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

De embriaguez e de dor te encherás (Ezequiel 23:28-33)

De embriaguez e de dor te encherás


Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu te entregarei na mão dos que odeias, na mão daqueles de quem tem se apartado a tua alma. E eles te tratarão com ódio, e levarão todo o fruto do teu trabalho, e te deixarão nua e despida; e descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, e a tua perversidade, e as tuas devassidões. Estas coisas se te farão, porque te prostituíste após os gentios, e te contaminaste com os seus ídolos. No caminho de tua irmã andaste; por isso entregarei o seu cálice na tua mão. Assim diz o Senhor Deus: Beberás o cálice de tua irmã, fundo e largo; servirás de riso e escárnio; pois nele cabe muito. De embriaguez e de dor te encherás; o cálice de tua irmã Samaria é cálice de espanto e de assolação. (Ezequiel 23:28-33)



Quando se sobe muito rápido do chão para o alto, não há tempo para o cérebro reconfigurar o organismo para a quantidade menor de oxigênio disponível. Assim, experimentamos uma embriaguez não alcoólica e podemos desfalecer. O ideal é que a subida seja lenta e gradual de forma que o cérebro administre essa privação sem causar sofrimento.


De forma semelhante, quando um mergulhador sobe muito rápido do fundo do mar para a superfície, a brusca variação de pressão pode fazer com que gases diluídos no seu sangue formem bolhas, que acabam por matar o indivíduo (embolia). O ideal é que a subida seja lenta, de forma que o sangue não "ferva" nas artérias e veias.


A notícia da decisão - levada a cabo, de caso pensado, com requintes de planejamento – da atriz Leila Lopes pelo suicídio, trouxe-me à memória essas imagens relativas a subidas rápidas demais, que se tornam insuportáveis pelo preço que cobram.


Leila Lopes é o caso típico de subida meteórica ao estrelato, seguida de inevitável embriaguez pela velocidade do sucesso alcançado e consequente perda da noção de limites (o que mais pode me impedir de prosseguir vencendo e crescendo? Eu mesmo – eis a resposta), o que a levou a um ostracismo tão ou mais rápido e intenso do que a sua fantástica ascensão. Os mais instáveis e poderosos explosivos tem em seus componentes substancias que separadas não representam perigo notável – o problema é quando eles são combinados na proporção adequada. Sucesso repentino, surpresa para as demais candidatas ao estrelato, retribuída com generosas doses de inveja num ambiente especializado em devorar seus ícones para transforma-los em cultos à personalidade. E DEUS longe disso tudo, pois não tem parte com as trevas.


A tão amada professorinha da novela de repente viu os convites de trabalho cessarem como um poço que seca sem aviso. Anos de ostracismo a fizeram buscar por uma chance - qualquer chance mesmo - que a levasse de volta ao estrelato. Achou que era forte o suficiente para suportar aquele choque de princípios morais na sua mente. Aceitou o convite à prostituição como quem aceita a ordem de sacrificar no monte a dignidade que ainda lhe restava, na esperança que alguém no último minuto lhe dissesse: "Basta! Toma aqui de volta a tua dignidade e todas as oportunidades que te tem sido negadas há anos!". Mas ninguém veio dar-lhe o "Basta!".


Conta-se de uma crise nervosa ocorrida após a cena final do vergonhoso filme em que protagonizara uma mulher que seduz um sacerdote. Não, ninguém apareceu na última hora para lhe dar o tão esperado "Basta!". Nenhum anjo veio segurar-lhe a mão que assimou o contrato com a produtora ou trancar-lhe a porta de casa ou enguiçar-lhe o carro a caminho do estúdio. Não faltou luz no estúdio, toda a equipe comparecera ao dia da filmagem. Não havia alternativa, a não ser aquela que deveria partir dela própria, de seu próprio coração: a fé que crê num DEUS que é poderoso para sustenta-la caso ela decidisse que não seria degradada a tal ponto.


Cumprido (honrado?) o contrato, coube-lhe justificar o injustificável e conviver com o remorso suicida, que primeiro minou-lhe a saúde espiritual, depois a física e por fim a mental, ceifando-lhe a vontade de viver. Quem quer que tenha orientado Leila em seus dias de experiência evangélica não foi capaz de fazê-la entender que não somos nós a determinar “se e quando” o anjo aparecerá para nos impedir de sacrificar o que nos é por mais importante em nossas miseráveis vivências humanas imperfeitas. Leila esperou por um anjo que não viria por onde ela esperava que viesse. E ele não veio mesmo.


Somos todos tão próximos de Leila Lopes quando alimentamos falsas expectativas quanto ao sucesso construído por nossas próprias mãos que somente a graça de DEUS pode de fato nos salvar. A diferença entre nós e Leila pode estar num "Basta!" que gritamos com todas as forças ou sussurramos com um fiapo de esperança que ainda nos restava em alguma circunstância difícil de nossas vidas. Leila deveria ter gritado o “Basta!” a si mesma e tudo provavelemente seria diferente hoje e eu não estaria escrevendo este artigo.


Que o Altíssimo jamais permita que nos enchamos de embriaguez e de dor por termos escolhido o caminho errado pela cegueira. Lembremo-nos de Isaías 42:16: “E guiarei os cegos pelo caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar pelas veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei”.


Que DEUS tenha misericórdia de nós, que ainda vivemos. Amém.

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